A tônica desta noite foi buscar uma degustação que nos mantivesse na linha da dieta e exercícios que fizemos durante toda esta semana.
Na preparação dos acepipes, entradas, Janeré se inspirou em tudo que ouvimos e lemos durante a semana sobre comida saudável e dietas - peito de peru, queijo branco, tomate, atum..... obviamente que sob essa ótica é tudo muito ruim.... mas coloque um toque de majericão, sal e azeite no tomate cereja, e ele será a melhor harmonização da noite com o vinho Castillo de Molina. Este é um vinho Chileno, reserva, Sauvignon Blanc 2008 do Valle de Elqui, com uma graduação alcoolica de 13.5%.
O vinho, com aromas cítricos, sozinho na boca, lembrava como se várias gotas de limão tivessem sido respingadas na taça. Ótima acidez, sem chegar a ser frizante. E realmente, com o tomate, ele atingiu sua plenitude - as duas vertentes ácidas fizeram com que a soma de 1 + 1 fosse igual a 3. Este foi o resultado da harmonização do vinho com o tomate cereja temperado.
Buscamos outras alternativas interessantes do ponto de vista gastronômico, mas que não chegaram a harmonizar tão bem com o vinho - palitos de peito de peru com melão (talvez se fosse com abacaxi, poderia ter aumentado muito a complexidade da harmonização). Experimentamos cenoura em palitos com patê de atum diet (acrescentei algumas alcaparras) e o resultado foi muito bom !! Também tivemos o queijo branco temperado com ervas finas, sal e azeite - muito bom, mas não senti que tivesse sido a melhor harmonização da noite. O queijo branco, suave demais, deve harmonizar mais fácil talvez com um gewustminer ou chardonnay - vamos ter que experimentar outro dia.
Vamos para o segundo tempo (espero que esteja suficientemente sóbrio para dar continuidade a este blog).
O prato principal, mantendo o alinhamento com a dieta, continha penne integral, e o molho foi à base de funghi (shimeji, shitaki, champigon de Paris, etc) e filet mignon cortado na ponta de faca. Para completar, um toque de noz moscada. Estupendo !!! Preparou a boca, com força suficiente para enfrentar um vinho guardado já há alguns anos.
Este era um Migues Torres, chileno, Cabernet Sauvignon, Gran Reserva, ano 2003 com 13,5% de alcool, e que foi envelhecido 15 meses em barril de carvalho Americano novo. Fantástico !!! O gosto pronunciado da madeira fazia com que os taninos e as gorduras fossem facilmente absorvidas pela boca. Sozinho na boca, o vinho pedia comida. Os taninos já estavam redondos, mas precisavam de um complemento para desabrochar. O aroma intenso de frutas vermelhas maduras lembravam ameixas vermelhas maduras bem perfumadas.
Harmonizar a massa e o vinho foi como unir um casal de apaixonados.... complemento total....entrelaçados... difícil de ser disciplinado e resistir à tentação de repetir mais uma porção e mais várias taças de vinho. Êxtase total no final.... eu não consegui terminar o blog ontem, comecei a dormir em frente a tela e fui para a cama.
Não sem antes harmonizar 2 bolachas Champagne com uma dose de vinho fortificado da Casa Valduga, o 1875, envelhecido 10 anos em carvalho, com 18% de alcool (está muito perto de um Porto). Esta para mim é uma simples mas uma das melhores harmonizações de sobremesa.... só a Janeré não quis provar até agora...rsrsrss.